sexta-feira, 28 de abril de 2017
terça-feira, 25 de abril de 2017
Jogo Baleia Azul
A
escola tem a função de oferecer uma formação pela qual o educando torna-se
capaz de fazer análises científicas, críticas e reflexivas a respeito dos
temas, em especial dos que desafiam a vida moderna.
Neste
momento está em “alta” o Jogo “Baleia Azul”, portanto cabe a nós esclarecermos
dúvidas a respeito deste tema.
A "brincadeira" funciona assim: o participante faz um pacto com os "curadores", responsáveis pelo jogo, e começa a receber desafios pelas
redes sociais. De metas simples, como assistir a filmes de terror durante a madrugada ou
atravessar uma rua de maneira lenta, elas se tornam mais perigosas com o tempo. Além de mutilar partes do corpo, reza a lenda que o desafio
final é cometer suicídio.
Quem tenta desfazer o pacto e parar de jogar sofre ameaças: "Os curadores dizem que vão perseguir e matar a família
do participante", conta o Coronel Arnaldo Sobrinho, do Centro Integrado de
Operações de Segurança Pública (Ciosp) da Paraíba, que afirma já ter recebido mais de 20 denúncias de pais, professores e adolescentes que estariam envolvidos com o jogo, colocando a vida em risco e até recebendo ameaças.
Leia cinco dicas para lidar com o assunto:
Ilustrações: Alice Vasconcellos
1) Identifique alunos que precisem de
ajuda
Segundo Telma Vinha, alunos mais frágeis, que
enfrentam dificuldades, têm tendência a aderir a desafios como os
oferecidos pelo jogo Baleia Azul. As crianças são envolvidas por uma
necessidade de se sentir valorizadas, pertencentes a um grupo, de fazer algo
desafiador e de experimentar sensações fortes.
Esses estudantes podem estar passando por
situações difíceis. Por isso, é importante que a escola passe a observar de
perto mudanças de comportamento. Jovens em sofrimento tendem a ter alterações
no desempenho escolar, menos apetite (e, portanto, podem perder peso), se
tornar mais tímidos e ter episódios repentinos de choro. "Também é comum
que eles procurem um professor de quem eles gostem apenas para estar perto
mesmo. Nesses momentos, é comum que elas façam perguntas ou puxem assuntos que
parecem não fazer muito sentido para o contexto", explica Telma.
1) Crie canais de ajuda
Durante rodas de conversa, vale pedir que os alunos sugiram quais canais eles acreditam que podem ser importantes para que colegas procurem por ajuda dentro da instituição escolar. Vale discutir a diferença entre "delação" e "denúncia" com os jovens. É importante que os alunos criem confiança nos colegas para que se abram, mas que saibam que, em situações mais extremas – como em casos que podem acabar em suicídio --, acionar um adulto é fundamental. "Não se trata de ser dedo-duro, mas de pensar como podemos ajudar uns aos outros", diz Telma.
3) Prepare a equipe para atender os
estudantes
3) Prepare a equipe para atender os
estudantes
"Escutar é diferente de ouvir", enfatiza
Telma. A escuta precisa ser empática e considerar os sentimentos dos alunos. É
comum que, ao encarar as reclamações dos estudantes, os adultos as diminuam ou
menosprezem. Isso não pode acontecer. "Ela deve ser na direção do que
o aluno sente e não se opor isso", recomenda a pesquisadora.
4) Instrua as famílias
Mais do que apenas acionar a família quando
for identificado que um aluno está passando por um momento difícil ou aderiu ao
jogo Baleia Azul, vale fornecer informações para os responsáveis sobre
o tema. Listar as possíveis mudanças de comportamento é uma boa opção. Também é
interessante reforçar que a escuta deve dar suporte ao jovem e
não retaliar suas ações e sentimentos. Em alguns casos, vale destacar que ajuda
especializada pode ser encontrada em postos de saúde e Centros de Atenção
Psicossocial (Caps).
5) Discuta abertamente o jogo
Se a escola identificar que algum aluno está
participando do jogo ou que ele entrou na conversa dos estudantes, é
importante discutir abertamente sobre o assunto. Telma Vinha, da Unicamp,
sugere que, em rodas de conversa, o orientador educacional (caso haja essa
figura na escola) ou o próprio professor faça perguntas como:
* O que sabemos sobre o jogo?
* O quanto disso será que é verdade?
* Por que os "curadores" têm
interesse em manipular os participantes?
* Por que as pessoas participam do jogo?
Compreendendo melhor essas questões, os estudantes
podem repensar a vontade de participar ou não dele. Durante a conversa, procure
não apresentar julgamentos. "Apenas chegar e dizer: 'isso é errado', 'não
façam isso' afasta a possibilidade de diálogo com os estudantes", afirma a
pesquisadora.
Para os pais:
- · Dialogar com os filhos à respeito “do jogo” e seus perigos;
- · Instruir a não adicionar estranhos nas redes sociais;
- · Monitorar o uso de smartphones e redes sociais;
- Ficar atento ao uso da internet em especial de madrugada;
- · Observar a mudança radical no comportamento de crianças e adolescentes;
- · Acolher os filhos sempre que notar neles algum desconforto;
- · Buscar ajuda especializada na rede de saúde e de justiça (em caso de ameaças);
- · Oferecer espaços de orientação sobre a infância e adolescência.
Fonte: https://gestaoescolar.org.br/conteudo/1790/jogo-baleia-azul-o-que-a-escola-pode-fazer
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