EEB
MARCOS KONDER
ALUNOS
DO 1° ANO DO ENSINO MÉDIO
PROJETO “AFRICANIDADE’
ILHOTA 2017
EEB MARCOS KONDER
FILOSOFIA
Professora:
Marizeth Aparecida Deleão Chocho
SUMÁRIO
1-
Introdução--------------------------------------------------------------------------------
2-
Identificação
do proponente----------------------------------------------------------
3-
Identificação
Escolar-------------------------------------------------------------------
4-
Equipes
do projeto----------------------------------------------------------------------
4.4- Públicos alvo-----------------------------------------------------------------------------
5- Justificativa---------------------------------------------------------------------------------
6-objetivos--------------------------------------------------------------------------------------
7-Contextos do projeto-----------------------------------------------------------------------
7.1-Área do conhecimento-------------------------------------------------------------------
7.2-Contexto de Filosofia--------------------------------------------------------------------
7.2.1- Filosofia e Africanidade--------------------------------------------------------------
7.2.2- Há uma filosofia africana?-----------------------------------------------------------
7.2.3-Ubuntu e Força Vital-------------------------------------------------------------------
7.3- Contextos pesquisados pelos alunos---------------------------------------------------
7.3.1- Utensílios domésticos-------------------------------------------------------------------
7.3.2- Trajes Africanos-------------------------------------------------------------------------
7.3.3- Culinárias Africanas--------------------------------------------------------------------
7.3.1- História da Culinária-------------------------------------------------------------------
7.3.2- Comidas Típicas-------------------------------------------------------------------------
7.3.4- Instrumentos musicais-----------------------------------------------------------------
7.3.5- Religiões de matriz Africanas---------------------------------------------------------
7.3.6-História das Religiões Africanas no
Brasil------------------------------------------
7.4-10 Fotografias Raras dos Escravos no
Brasil-----------------------------------------
8- Metodologia------------------------------------------------------------------------------------
9-Cronograma-------------------------------------------------------------------------------------
10- Atividades--------------------------------------------------------------------------------------
11- Avaliação---------------------------------------------------------------------------------------
12-Anexos-------------------------------------------------------------------------------------------
13- Resultados--------------------------------------------------------------------------------------
14- Bibliografia-------------------------------------------------------------------------------------
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faz saber que o Congresso
Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: Art. 1o É instituído o
Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra, a ser comemorada, anualmente, no
dia 20 de novembro, data do falecimento do líder negro Zumbi dos Palmares.
10 de Nov de 2011
A
influência africana no processo de formação da cultura afro-brasileira começou
a ser
delineada a partir do tráfico negreiro. Quando
milhões africanos "deixaram" forçadamente o
continente africano e despontaram no Brasil para
exercer o trabalho compulsório.
O dia 20 de novembro no Brasil
representa um importante momento da história para grande parte da população,
que é representada por negros e pardos. A data lembra a morte do líder Zumbi
dos Palmares, que lutou pela libertação dos negros escravizados durante o
período colonial no País.
Zumbi foi o grande líder do quilombo
dos Palmares, respeitado herói da resistência antiescravagista. Pesquisas e
estudos indicam que nasceu em 1655, sendo descendente de guerreiros angolanos.
Em um dos povoados do quilombo, foi capturado quando garoto por soldados e
entregue ao padre Antonio Melo, de Porto Calvo. Criado e educado por este
padre, o futuro líder do Quilombo dos Palmares já tinha apreciável noção de
Português e Latim aos 12 anos de idade, sendo batizado com o nome de Francisco.
Padre Antônio Melo escreveu várias cartas a um amigo, exaltando a inteligência
de Zumbi (Francisco). Em 1670, com quinze anos, Zumbi fugiu e voltou para o
Quilombo. Tornou-se um dos líderes mais famosos de Palmares. "Zumbi"
significa: a força do espírito presente. Baluarte da luta negra contra a
escravidão, Zumbi foi o último chefe do Quilombo dos Palmares.
O nome Palmares foi dado pelos
portugueses, em razão do grande número de palmeiras encontradas na região da
Serra da Barriga, ao sul da capitania de Pernambuco, hoje, estado de Alagoas.
Os que lá viviam chamavam o quilombo de Angola Janga (Angola Pequena). Os
quilombos, que na língua banto significam "povoação",
funcionavam como núcleos habitacionais e comerciais, além de local de
resistência à escravidão, já que abrigavam escravos fugidos de fazendas. No
Brasil, o mais famoso deles foi Palmares.
O Quilombo dos Palmares existiu por um período de quase cem anos, entre
1600 e 1695. No Quilombo de Palmares viviam em engenhos e senzalas,
plantavam-se frutas, milho, mandioca, feijão, cana, legumes, batatas.
Em meados do século XVII,
calculavam-se cerca de onze povoados.
A capital era Macaco, na Serra da
Barriga. Um bandeirante paulista, Domingos Jorge Velho foi atribuído a tarefa
de destruir Palmares. Para o domínio colonial, aniquilar Palmares era uma
questão de honra. Em 1694, com uma legião de 9.000 homens, armados com canhões,
Domingos Jorge Velho começou a empreitada que levaria à derrota de Macaco,
principal povoado de Palmares. Segundo Paiva de Oliveira, Zumbi foi localizado
no dia 20 de novembro de 1695, vítima da traição de Antônio Soares. “O corpo
perfurado por balas e punhaladas foi levado a Porto Calvo. A sua cabeça foi
decepada e remetida para Recife onde, foi coberta por sal fino e espetada em um
poste até ser consumida pelo tempo”. O Quilombo dos Palmares foi defendido no
século XVII durante anos por Zumbi contra as expedições militares que
pretendiam trazer os negros fugidos novamente para a escravidão.
O dia 20 de novembro no Brasil é
dedicado à reflexão sobre a inserção do negro na sociedade brasileira. Esse dia
foi escolhido por coincidir com o dia da morte de Zumbi dos Palmares, em 1695.
Em meio à diversidade de valores e culturas a que estamos inseridos, faz se
necessários rever nossas ações, atitudes de respeito diante dos afros
descendentes. Percebe-se a necessidade de proporcionar debates, reflexões e
conhecimento da cultura afro-brasileira.
Título: Africanidade
Disciplina: filosofia
Data de Realização: 01/11/17 à 20/11/17
3
- IDENTIFICAÇÕES DO PROPONENTE
Entidade: EEB Marcos Konder
4-
EQUIPES DO PROJETO
4.1- Responsáveis pela execução do projeto:
Alunos do 1° Anos - Ensino
Médio : (102 e 103 ). EEB. Marcos Konder
4.2- Idealizadora do projeto:
Professora: Marizeth
Aparecida Deleão Chocho – Filosofia
4.3- Equipe
Gestora:
Professora Viviane dos
Santos – Diretora
Professora: Ereni Radeck –
Assessora
Professor: Vitório Augusto
Ferreira – Assessor
Professora: Elisabeth Maria
Schramm – ATP
Professor: Samuel Lourenço – ATP
Professora: Maria de Fátima de Oliveira – ATP
1- Alunos do 1°/5° anos iniciais da EEB Marcos
Konder;
2- Alunos do 6°/9° anos do Ensino Fundamental da EEB
Marcos Konder;
3- Alunos do 1°/3° anos do Ensino Médio da EEB Marcos
Konder.
4- Corpo docente e Comunidade Ilhotense.
5- Corpos Docentes e discentes da EEB Honório
Miranda
O Navio Negreiro
“’Stamos em pleno mar… Doudo no espaço
Brinca o luar – dourada borboleta;
E as vagas após ele correm… cansam
Como turba de infantes inquieta.
Brinca o luar – dourada borboleta;
E as vagas após ele correm… cansam
Como turba de infantes inquieta.
‘Stamos em pleno mar… Do firmamento
Os astros saltam como espumas de ouro…
O mar em troca acende as ardentias,
– Constelações do líquido tesouro…
Os astros saltam como espumas de ouro…
O mar em troca acende as ardentias,
– Constelações do líquido tesouro…
‘Stamos em pleno mar… Dois infinitos
Ali se estreitam num abraço insano,
Azuis, dourados, plácidos, sublimes…
Qual dos dous é o céu? qual o oceano?…
Ali se estreitam num abraço insano,
Azuis, dourados, plácidos, sublimes…
Qual dos dous é o céu? qual o oceano?…
‘Stamos em pleno mar.. . Abrindo as velas
Ao quente arfar das virações marinhas,
Veleiro brigue corre à flor dos mares,
Como roçam na vaga as andorinhas…
Ao quente arfar das virações marinhas,
Veleiro brigue corre à flor dos mares,
Como roçam na vaga as andorinhas…
Era um sonho dantesco… o tombadilho
Que das luzernas avermelha o brilho.
Em sangue a se banhar.
Que das luzernas avermelha o brilho.
Em sangue a se banhar.
Tinir de ferros… estalar de açoite…
Legiões de homens negros como a noite,
Horrendos a dançar…
Legiões de homens negros como a noite,
Horrendos a dançar…
Negras mulheres, suspendendo às tetas
Magras crianças, cujas bocas pretas
Rega o sangue das mães:
Magras crianças, cujas bocas pretas
Rega o sangue das mães:
Outras moças, mas nuas e espantadas,
No turbilhão de espectros arrastadas,
Em ânsia e mágoa vãs!
No turbilhão de espectros arrastadas,
Em ânsia e mágoa vãs!
E ri-se a orquestra irônica, estridente…
E da ronda fantástica a serpente
Faz doudas espirais…
Se o velho arqueja se no chão resvala,
Ouvem-se gritos… o chicote estala.
E voam mais e mais…
E da ronda fantástica a serpente
Faz doudas espirais…
Se o velho arqueja se no chão resvala,
Ouvem-se gritos… o chicote estala.
E voam mais e mais…
Presa nos elos de uma só cadeia,
A multidão faminta cambaleia,
E chora e dança ali!
Um de raiva delira, outro enlouquece,
Outro, que martírios embrutece,
Cantando, geme e ri!
A multidão faminta cambaleia,
E chora e dança ali!
Um de raiva delira, outro enlouquece,
Outro, que martírios embrutece,
Cantando, geme e ri!
Existe um povo que a bandeira empresta
P’ra cobrir tanta infâmia e cobardia!…
E deixa-a transformar-se nessa festa
Em manto impuro de bacante fria!…
Meu Deus! Meu Deus! mas que bandeira é esta,
Que impudente na gávea tripudia?
P’ra cobrir tanta infâmia e cobardia!…
E deixa-a transformar-se nessa festa
Em manto impuro de bacante fria!…
Meu Deus! Meu Deus! mas que bandeira é esta,
Que impudente na gávea tripudia?
Silêncio. Musa… chora, e chora tanto
Que o pavilhão se lave no teu pranto!…
Auriverde pendão de minha terra,
Que a brisa do Brasil beija e balança,
Estandarte que a luz do sol encerra
E as promessas divinas da esperança…
Que o pavilhão se lave no teu pranto!…
Auriverde pendão de minha terra,
Que a brisa do Brasil beija e balança,
Estandarte que a luz do sol encerra
E as promessas divinas da esperança…
Tu que, da liberdade após a guerra,
Foste hasteado dos heróis na lança
Antes te houvessem roto na batalha,
Que servires a um povo de mortalha!…
Foste hasteado dos heróis na lança
Antes te houvessem roto na batalha,
Que servires a um povo de mortalha!…
Fatalidade atroz que a mente esmaga!
Extingue nesta hora o brigue imundo
O trilho que Colombo abriu nas vagas,
Como um íris no pélago profundo!
Extingue nesta hora o brigue imundo
O trilho que Colombo abriu nas vagas,
Como um íris no pélago profundo!
Mas é infâmia demais! … Da etérea plaga
Levantai-vos, heróis do Novo Mundo!
Andrada! arranca esse pendão dos ares!
Colombo! fecha a porta dos teus mares!
Levantai-vos, heróis do Novo Mundo!
Andrada! arranca esse pendão dos ares!
Colombo! fecha a porta dos teus mares!
(Castro Alves, 1880)
Castro Alves foi um Poeta
social, lírico, patriótico, foi um dos primeiros abolicionistas e, ao poetar
sobre a escravidão, inflamava-se eloqüentemente, chegando a elevar-se pela sua
ousadia, pelas idéias do infinito da imaginação, símbolo das lutas pela justiça
e pela libertação.
Nas últimas décadas, a historiografia
vem apresentando uma série de novos trabalhos que procuraram renovar a
percepção sobre a escravidão negra e nossa sociedade ao longo da história. A forma de enxergar a participação do escravo
nas ações e práticas cotidianas também foi repensada.
Ao iniciarmos nossos estudos vamos trabalhar com uma matéria prima fascinante e delicada. A história de um continente diverso no qual existem povos, sociedades, pessoas que produziram saberes, tecnologias, idéias e produtos culturais.
Ao iniciarmos nossos estudos vamos trabalhar com uma matéria prima fascinante e delicada. A história de um continente diverso no qual existem povos, sociedades, pessoas que produziram saberes, tecnologias, idéias e produtos culturais.
Vamos reviver
nossa formação cultural, a memória de nossos ancestrais africanos e suas
heranças.
Segundo o “professor Leandro Carvalho Mestre em História:
“O ensino da história e cultura afro-brasileira e africana, após a
aprovação da Lei 10.639/03, fez-se necessário para garantir uma ressignificação
e valorização cultural das matrizes africanas que formam a diversidade cultural
brasileira. Portanto, os professores exercem importante papel no processo da
luta contra o preconceito e a discriminação racial no Brasil.”
(Canal da
Educação: LEI 10.639/0)
A Lei 10.639/03 propõe
novas diretrizes curriculares para o estudo da história e cultura
afro-brasileira e africana. A instituição escolar deve ressaltar em sala de
aula a cultura afro-brasileira como constituinte e formadora da sociedade
brasileira, na qual os negros são considerados como sujeitos históricos,
valorizando-se, portanto, o pensamento e as ideias de importantes intelectuais
negros brasileiros, a cultura (música, culinária, dança) e as religiões de
matrizes africanas.
A
intenção de promover a discussão com a comunidade escolar, valorizar a cultura
negra e contribuir para a diminuição da discriminação. “As pessoas deveriam se
conscientizar de que todos são iguais, ainda há muito preconceito, mas é
preciso enfrentá-lo”,
6- OBJETIVOS
Valorizar a cultura afro-brasileira, respeitando a identidade cultural
brasileira, refletindo sobre a diversidade étnico-cultural, presente nas
crenças, costumes, história e organização social, desmistificando o preconceito
relativo aos costumes religiosos, ritos e rituais provindos da cultura
africana. Trazer à tona, discussões provocantes, por meio das rodas de
conversa, para um posicionamento mais crítico frente à realidade social em que
vivemos.
Específicos:
Ø
Destacar
as diferentes formas de racismo e discriminação através do resgate da memória
cultural do povo negro;
Ø
Estimular
o respeito aos direitos humanos e a exclusão de qualquer tipo de discriminação.
Ø
Promover uma educação ética, voltada para o
respeito e convívio harmônico com a diversidade.
Ø
Reafirmar a constante presença africana dos
nossos ancestrais presentes em nossa literatura música, culinária, na forma de
pensar, oralidade e crenças.
Ø Abordar
sobre tipos de vestimentas e acessórios usados antigamente e nos dias atuais,
assim apresentando sua cultura.
7- CONTEXTOS DO PROJETO
7.1- Eixos
ou Área do Conhecimento a serem trabalhadas:
Ciências Humanas: Africanidade
7.2 - Contexto de Filosofia:
Uma das questões mais controversas
sobre o estudo das filosofias africanas consiste na possibilidade de existir
uma “filosofia africana”. O norte da África recebeu desde cedo influência da
filosofia grega, devido, como à fundação da cidade Cirene, na região onde hoje
é a Líbia.
O pensamento da Grécia antiga
influenciou na cultura do Egito antigo e também no norte da África. Importantes
filósofos contemporâneos como Albert Camus e Jacques Derriba, nasceu na
Argélia, outros filósofos islâmicos, ”mouro”, povo originário do norte da
África.
A África Subsaariana desenvolveu um intercâmbio
filosófico com os pensadores europeus. Somente a partir do século XVI, com a
expansão marítima, o empreendimento colonial
de algumas nações européias,colocando os povos africanos como
escravos,inferiores e atrasados.
Anton Wilhelm Amo (c.1703-c.1759),
nascido na região ,hoje ocupada por Gana,foi levado como escravo,estudou na
Alemanha,seu pensamento filosófico só foi aceito, com preconceito,porque ele
dialogava diretamente com autores
europeus,mas,não falava do seu legado cultural africano e seu pensamento.
A existência e o caráter de uma
filosofia africana surgiram no século XX, com o processo de descolonização
africana. Predominantemente a maioria da população negra, o campo da filosofia
africana se desenvolveu relacionado a movimentos como:
Diáspora
Negra: reconhecimento de uma identidade social comum a descendentes de
africanos, a maioria levados à força tanto para o continente americano ou para
o oriente Médio como escravos.
Negritude: movimento
literário de valorização da cultura negra em países africanos, com passado da
opressão colonialista que abrigaram os escravos.
Pan-africanismo: movimento
político, filosófico e social de união dos povos africanos e afrodescendentes
que vivem fora da África.
Qual a importância de cada tema com a
filosofia africana?
Dizem respeito a realizações
culturais de afrodescendentes dentro e fora do continente africano.
2-Há uma Filosofia africana?
O debate sobre a possibilidade de uma
filosofia africana se desenvolveu graças aos movimentos de independência de
várias nações africanas. Durante a colonização, as potências européias impunham
uma ideologia de pertencimento a cidade que estavam, embora não fossem
considerados membros de um império colonial,eram considerados cidadãos de “segunda classe”.
A colonização alterou o modo de vida
das populações da África subsaariana por três motivos:
1º- O colonizador, que trouxe o conceito
de africano, que não existia. Os povos africanos se identificavam como
pertencentes a diferentes sociedades, grupos tribais ou reinos;
2°- O despovoamento da África com o
envio de grandes contingentes populacionais para o trabalho escravo, nas
colônias européias.
3º- O colonizador impôs uma
identidade artificial, não sabendo reconhecer após a independência das
ex-colônias, ao africano restou apenas o estereótipo de “primitivo”.
A etnofilosofia foi uma das principais e
primeiras correntes filosofia africana no século XX. o pensamento africano marca sua especificidade em relação ao
europeu, dialogando com sabedoria popular,provérbios,contos,lições entre outros
,principalmente com a sabedoria tribais.O empreendimento etnofilosófico
esbarrava no fato de que as sociedades tribais,possuíam uma sabedoria
popular,pois,eram desprovidos do conhecimento ,não possuíam a escrita.a
etnofilosofia era criticada também por ser uma filosofia com um saber tão
diferente,pois, era expressa pela sagacidade
filosófica ou sabedoria filosófica
.
Enquanto a etnofilosofia se preocupa
com a linguagem em uma percepção de um mundo parecido aos discursos
filosóficos, a escola da sagacidade filosófica busca identificar os indivíduos
como representantes de sua cultura e com visão do mundo africano.
“Segundo o filósofo
queniano Henry Odera Oruka (1944-1995):”
Em qualquer cultura, as celebradas realizações do
pensamento consistem nas ideias de seus sábios, cientistas, poetas, profetas,
filósofos, estadistas e moralistas.
No continente africano, certas mentes
recentemente aparecem e parecem permanecer símbolos de luzes intelectuais da
cultura africana moderna como: Nkrumah, Nyerere e Senghor deram formas e
expressões especiais à cultura moderna, ainda como uma cultura política, como
no campo da literatura e da erudição.
Filosofia africana também é conhecida
como filosofia profissional, com base no modelo europeu, usa conceitos e as formas
de análise da Filosofia européia para refletir sobre diversos aspectos da
realidade.
De “acordo com o filósofo Kwasi
wiredu (1931):” Para o povo Akan a noção de verdade tem uma conotação mais
moral que cognitiva e recorre à filosofia analítica de Bertrand Russell.Em vez de explorar mitos
e crenças ou mesmo discursos de africanos notáveis.A filosofia profissional é
um modelo ocidental tradicional de reflexão filosófica sobre temas africanos.
Filosofia ideológica nacionalista:
representada por pensadores que buscam construir uma ideologia de emancipação
africana, conforme sua realidade social, política.
3-Ubuntu e força vital
Milhares de grupos tribais da África
Subsaariana, cada um com sua língua, seus valores e seu modo
de compreender o mundo.
Ubuntu termo
usado em algumas línguas banto significa designar a relação entre o individuo e
a comunidade.
A palavra bantu é um tronco
lingüístico que engloba diversas línguas africanas. O uso da palavra ( ntu se refere ao ser humano, força que se espalha pelo universo e que
permeia pessoas,animais, plantas e objetos
),pertence a certos grupos étnicos que habitam o centro e o sul do
continente africano.
O Ubuntu é relacionado diretamente à
existência humana, noção de indissociabilidade entre sujeito e comunidade. O
ser humano é um ser com os outros e um ser para os outros.
Ubuntu pertencimento a uma comunidade,
fator de identidades sociais africanas após a negação da identificação com as
nacionalidades européias no processo de descolonização da África.
Para definir a palavra Ubuntu, o
filósofo alemão Martin Heidegger (1889-1976), remete uma visão de mundo, a
noção de que o ser humano só se torna pessoa por meio de outra pessoa, o que
implica o conceito de ancestralidade.
Ancestralidade não se confunde com parentesco,é um elemento
fundamental da identidade afrodescendente no Brasil para o ensino dessa
cultura. É o princípio que organiza o Candomblé
Filósofos e suas definições na língua banto:
Placides Temples (1906-1977),
conceito de força seria um correlato da noção de ser na filosofia européia.
Alexis Kagame (19012- 1981) associa a
raiz unt a quatro categorias fundamentais do pensamento banto:
1º- muntu: ser dotado de inteligência;
2º- kintu: ser não inteligente;
3º- hantu: usado para o espaço tempo;
4º- kuntu: modalidade, ou seja, relacionada às concepções religiosas africanas.
7.3.1-
UTENSÍLIOS DOMÉSTICOS
USADOS PELOS ESCRAVOS
Aluna: Thais Gracieli Lopes
Na
cozinha, os utensílios, como pilão, tinham para os negros e indígenas uma
importância que o português desapercebeu, mediante outras maneiras de
esmagamento, no almofariz ou gral. O café pilado jamais poderia comparar-se ao
café moído à máquina, na opinião popular, saudosa do pilamento insubstituível.
A paçoca exigia o pilão, sob pena de não ser paçoca. Na África, os esparregados
(guisados) de plantas cruas eram feitos no pilão. No Brasil, o milho era seu
freguês clássico. A massa ou xerém para o cuscuz, a canjica, o bolo de milho,
eram batidos os grãos, para “tirar o olho”, no pilão. As louças eram feitas de
barro, que desde o início da colonização fabricavam-se em casa. Cada engenho
tinha um forno de tijolos, nos quais se coziam boas louças. Nas casas abastadas
do século XVIII, porcelanas da Índia chegavam com certa freqüência, desde o
início da colonização, na bagagem dos mais providos, sendo completadas, em
épocas posteriores, com as baixelas inglesas de prata. Os tachos ou tachas,
como grafaram alguns cronistas da época colonial, eram de cobre e vinham
importados da Metrópole, para utilização nas engenhocas, nos trabalhos de
preparação do açúcar ou da rapadura, onde, geralmente eram as negras incumbidas
desse serviço
O português
desapercebeu, mediante outras maneiras de esmagamento, no almofariz ou gral. O
café pilado jamais poderia comparar-se ao café moído à máquina, na opinião
popular, saudosa do pilamento insubstituível. A paçoca exigia o pilão, sob pena
de não ser paçoca. Na África, os esparregados (guisados) de plantas cruas eram
feitos no pilão. No Brasil, o milho era seu freguês clássico. A massa ou xerém
para o cuscuz, a canjica, o bolo de milho, eram batidos os grãos, para “tirar o
olho”, no pilão. As louças eram feitas de barro, que desde o início da
colonização fabricavam-se em casa.
Cada
engenho tinha um forno de tijolos, nos quais se coziam boas louças. Nas casas
abastadas do século XVIII, porcelanas da Índia chegavam com certa freqüência,
desde o início da colonização, na bagagem dos mais providos, sendo completadas,
em épocas posteriores, com as baixelas inglesas de prata. Os tachos ou tachas,
como grafaram alguns cronistas da época colonial, eram de cobre e vinham
importados da Metrópole, para utilização nas engenhocas, nos trabalhos de
preparação do açúcar ou da rapadura, onde, geralmente eram as negras incumbidas
desse serviço. Na fileira de cima: vasilhames de madeira: Medida para grãos;
Gamela ou bacia para diferentes fins, principalmente para ensaboar roupa branca
fina, nas casas ricas é substituída por uma de cobre amarelo; Medida para grãos
com cabo; Gamela, banheira, em geral é pintada a óleo internamente, nas casas
ricas é uma banheira de zinco fixada sobre tábua com rodinhas; Pote redondo de
cabo alongado, chamado quartilho, comparado ao litro francês, serve para medir
vinho e aguardente, sempre sobre o balcão de vendeiro; Cocho utilizado nas
usinas de açúcar para recolher o caldo de cana. Na fileira do meio: potes de
barro para água: potes de uso comum que remontam a 1500, em muitos casos, o
estilo do antigo Egito, bem como o mouresco importado pelos espanhóis, que
durante muito tempo dominaram os portugueses. Estes herdaram seus costumes e
seu gosto no Brasil.
As panelas menores são de estilo indígena. Na fileira de baixo
podemos destacar os vasos de barro que servem para beber água diretamente
neles, têm a vantagem de conservar sempre fresca a água, chamados moringas;
potes comuns de uso generalizados; potes formados por uma metade de coco ou
cabaça, de origem indígena e conhecida por cuias, as mesmas com ornamentos
destacados, denominam-se xícaras; A taça do centro é formada por uma metade de
coco, pintada internamente e encaixada num contorno de prata preso a uma alça,
também de prata, guarnecida de espirais, no meio das quais se encontram caules
em filigranas, cuja elasticidade dá às flores e pássaros que sustentam um
ligeiro movimento. Essas taças são
fabricadas por ourives indígenas, nas províncias de Santa Catarina e Rio Grande
do Sul, razão pela qual nas casas ricas dessa parte do Brasil se encontram
sempre mesas guarnecidas por elas. E, as pequenas bombas para tomar chá
indígena (erva mate?). No Brasil, do mesmo modo que no Chile, a infusão do chá
indígena se faz na mesma xícara em que é servido, acrescenta-se uma pequena
bomba, crivada de furos na base, para aspirar à água aromatizada, livre dos
pedacinhos de folhas (provavelmente precursor da cuia de chimarrão).
Bacia de prata - meados do século XIX Museu de Arte
Sacra – São Paulo
Farinheira de prata decorada, que trazia alimento à
mesa, quase sempre, era comida com a mão. (Século XVIII-XIX) Coleção Beatriz e
Mário Pimenta Camargo - São Paulo.
Tigela de duas asas, louça de origem francesa -
Século XIX - Museu de Arte Sacra - São Paulo.
Muitas cozinhas permaneceram, até meados do
século XX, como apêndices da casa, um puxado coberta por telhas, voltada mais
para o quintal do que propriamente para o interior da residência. Era um lugar
quente, enfumaçado, engordurado pela carne-seca, pela lingüiça e pelos
toicinhos pendurados no fumeiro, com os tijolos do chão desgastados pelas
pancadas do machado de lenha, onde a dona de casa permanecia de cócoras,
debruçada sobre gamelas e peneiras, ou em pé, socando o pilão. Embora algumas
donas de casa já tivessem fogão a gás, sinal de bom gosto e prestígio da
família, este permanecia encostado, enquanto, no uso diário, acendia-se o fogão
à lenha ou a carvão, chamado de “econômico”, para o preparo de refeições mais
elaboradas, e a espiriteira, para fazer comidas rápidas e para esquentar água.
Para
limpeza das panelas, frigideira de ferro, pedra, barro, cobre e, modernamente,
alumínio, consideradas mais econômicas e higiênicas, utilizava-se sabão feito
em casa com uma mistura de cinzas e folha de pau de pita. As panelas eram
areadas com areia, cacos de telha reduzidos a pó e batatinhas. Para ficar
brilhantes, deveriam ser postas para secar ao sol no jirau.
(Na pintura,
vemos o forno, pote de barro, pilão, fogão à lenha e em cima do fogão o
fumeiro).
Torrador de café doméstico (fotos de Ângelo Zucconi
- Coleção do autor)
Moedor de café Coador de café e bule.
Os ferros de esquentamento indireto eram
conhecidos por ferro de estufa (ferros maciços): vários deles eram esquentados
em um fogareiro ou na chapa do fogão a lenha. À medida que um era usado os
outros ficavam esquentando. Os ferros a brasa (carvão) tiveram grande presença
nos últimos séculos, dos mais simples aos mais sofisticados. Os ferros a carvão
sem pescoço, necessariamente dotados de aberturas laterais e traseiras chamadas
furos (os de sete furos são os mais comuns hoje em dia ainda fabricados), para
a indispensável ventilação, são anteriores aos ferros com pescoço. Na Europa,
os furos são chamados olhos. O carvão em brasa é colocado abrindo-se a parte
superior da tampa em que está fixado o cabo.
7.3.2- Trajes
africanos
Alunas: Isabela Andrade, Célia
ferreira e Suelem Torquato
1.1. O
Traje africano
A
cultura africana influenciou muito sob a formação cultural brasileira, assim
como sua vestimenta ainda é muito vista hoje, principalmente por mulheres, que
usam vestidos coloridos, jóias e turbantes.
É
importante ressaltar que a moda africana surgiu sob influências de outros
lugares como o Egito, Oriente Médio, e com suas próprias adaptações obtiveram
suas roupas que hoje faz muito sucesso em passarelas e lojas.
1.2-
Roupas femininas.
As roupas africanas femininas
costumam ser uma canga amarrada sob seu corpo, o tecido tem cores vivas e
alguns deles estampas étnicas o que ressalta mais o corpo das mulheres e seu
estilo único. No entanto, antigamente escravas usavam vestido ou saia feita de panos
amarrados ou mal costurados, de cores neutras que se acabavam conforme
trabalhavam e com pouquíssimos acessórios, e apenas um turbante baixo.
1.3- Vestimenta masculina.
As roupas usadas pelos homens
africanos eram bem simples, uma camisa de manga cumprida branco tecido fino e
encardido causado pelo trabalho escravo, sua calça era branca e larga que ia
até o tornozelo ou ficava mais acima, mas alguns homens usavam apenas a calça ficando
assim sem camisa.
Hoje em dia a influência das roupas
africanas masculinas não há tanto como na feminina.
1.4.- Jóias e turbantes.
As jóias e turbantes eram usados
tanto em mulheres como em homens, mas as mulheres predominavam, elas usam
muitas pulseiras, colares, brincos grandes e chamativos. E que eram criadas com
coisas da natureza com cascos de tartarugas, pedrinhas e ate mesmo com o
próprio tecido.
Os turbantes usados dependiam muito
de classes, pois as mulheres escravas usavam apenas turbantes baixos amarrados
sob a cabeça, já as de classes superiores usavam turbantes mais coloridos e
altos, não só a classe social, mas também as suas crenças que exigiam o uso do
turbante como a candomblé, que era usado por sinal de respeito e proteção aos
filhos de santo.
Mas, hoje em dia não há nada que
interfira o uso dos belíssimos turbantes, assim como tem mulheres brancas que
usam muito no dia a dia isso nos mostra a grande influência desses povos em
nosso meio.
ALUNOS:
Claire Silva da Cunha
Gabriel Fronza
Victor Manoel
Wust
Rayssa
Smaniotto
1-A
História da Culinária.
SEGUNDO: KAROL ASSUNÇÃO (2010), (ARTIGO Nª 4).Muitos
colonizadores passavam pela África devido às rotas marítimas que ligavam o
Oriente ao Ocidente. Sendo assim, a comida típica recebeu influência de
diversas partes do mundo, e os uniu aos alimentos já inseridos nos costumes do
continente. Sua cultura e culinária se tornaram uma fonte de ingredientes para
diversos países do mundo.
Os próprios africanos enriqueciam cada vez mais a
culinária na região. Por exemplo, quando alguns escravos sul-africanos retornavam
da Inglaterra, ensinavam para seus conterrâneos o que aprenderam. Assim como os
africanos que viviam no Oriente no Período Medieval.
O escravo era apresentado aos gêneros brasileiros
antes mesmo de deixar a África, recebendo uma ração de feijão, milho, aipim,
farinha de mandioca e peixes para a travessia. A base da alimentação escrava
não variava de acordo com a função que fosse.
2-
COMIDAS
TÍPICAS:
DITO ASSIM POR: KAROL ASSUNÇÃO (2010),(ARTIGO N° 6):
“É
muito difícil analisar e separar as verdadeiras comidas tradicionais africanas,
já que o país sempre contou com uma enorme dominação de países europeus e
asiáticos. Mas a sua cultura na arte de cozinhar está em pratos únicos e
deliciosos, como os feitos a partir de alimentos essencialmente particulares de
sua cultura local, como os legumes, frutas, carnes e grãos, esses semelhantes à
produção no Brasil por serem muito cultivados em regiões tropicais.”
Os
escravos mantinham uma dieta muito próxima à dos vegetarianos, por não terem
acesso a quase nenhuma proteína animal. Mandioca, feijão, milho, frutas e
peixe. Carne era um item escasso. Da
necessidade de improvisação para alimentarem-se no novo território, que, por
sua vez, tinha uma estrutura bem pouco eficaz, surgiu a própria maneira de
cozinhar, preparar, improvisar e principalmente reinventar sua arte de
cozinhar, pois até mesmo a elite da época, tinha de importar vários gêneros,
devido a precariedade de desenvolvimento e produtividade da terra.
Responsáveis
pela alimentação dos senhores brancos, e passaram a adaptar sua arte culinária
aos ingredientes da colônia que ali dispunham.
Na carência de alimentos e ingredientes
típicos de sua cultura, improvisavam com os que encontravam aqui. A mandioca,
por exemplo, era utilizada quando não tinha o inhame. Na falta das pimentas que
utilizavam na África, aproveitavam o azeite-de-dendê, que já conheciam da sua
terra.
Da Culinária Afro-Brasileira é muito comum o
uso do caldo dos alimentos, pois ele é um item fundamental no preparo de
outros, como por exemplo, sua mistura com a farinha.
Portanto, tanto os alimentos e ingredientes,
quanto tudo que concerne da arte e cultura dos africanos que vieram para o
Brasil na época da escravidão africana, durante o período de colonização, foi
determinante para “explicar” o desenvolvimento da nossa cozinha brasileira e
conseqüentemente a própria gastronomia afro-brasileira. Exercer quer fosse aos engenhos, nas minas ou na venda.
1°02
Patrick, Lucas Andrade, Kauan e Guilerme
1- Alguns instrumentos:
1-Afoxé: Idiofone tradicional do Brasil,
de origem africana, constituído por uma cabaça rodeada por miçangas (que podem
ser de materiais diversos), ligadas por uma espécie de rede. Quando o
executante as raspa contra a superfície da cabaça, produz o seu som característico.
O afoxé moderno tem uma configuração e materiais diferentes da tradicional
tornando-se mesmo mais resistente do que as cabaças naturais.
2-Berimbau: Instrumento de percussão em
forma de arco retesado por um arame e uma pequena cabaça de ressonância, levado
de África para o Brasil, onde é muito utilizado na "capoeira", que
representa de modo especial. A corda percute-se com uma pequena vara. Era feito
com uma vara e um pedaço de fio, muitas vezes colocavam facas nas pontas e era
usado como arma por quem o tocava. Esses instrumentos eram usados para os
escravos jogarem capoeira. Depois de um tempo que eles começaram a ser usados
para outras coisas, até para o samba.
3-Conga ou Atabaque: Membranofone muito
utilizado nos ritmos do Caribe e no Candomblé.
É um tambor alto com sonoridade grave, de altura regulável. Pode ser tocada com
os dedos e as mãos. Inicialmente usavam-se quatro atabaques, assim
chamados RUN, CONTRA RUN, RUMPI e LÉ, segundo a uma ordem
descrescente de seu tamanho. O couro para percussão era preparado com a pele
dos animais sacrificados nas oferendas aos Orixás. O RUN é o
maior dos atabaques, chegando , às vezes ao comprimento de 2 metros, medindo o
LÉ, o menor , 30 à 40 cm.
4-Reco-reco: Idiofone tradicional com formas
muito variadas, pertence à família dos idiofones de raspagem, dentro do grande
grupo dos instrumentos de percussão. Uma vara de madeira mais fina raspa a
parte que tem cordes ou saliências, produzindo-se
7.3.5-
Religiões de Matriz Africana
“Todo homem tem
direito à liberdade de pensamento, consciência e religião, este direito inclui
a liberdade de mudar de religião ou crença e a liberdade de manifestar essa
religião ou crença pelo o ensino, pela prática, pelo culto e pela observância
isolada ou coletivamente, em público ou em particular”.
(Artigo 18 da Declaração Universal dos
Direitos Humanos).
Durante muito tempo e até hoje
percebemos a falta de conhecimento da nossa própria cultura referente à
Religião Africana. “Convivemos com “uma” guerra santa”, com as religiões
atuantes que acreditam e repassam aos seus fiéis que somente as suas crenças
são as verdadeiras e únicas.
Ao tratar da divergência de que o
candomblé e a umbanda são conceituados como seitas e não religião, transmitindo
ideias negativas de maldade e satanismo.
Atualmente, a Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional prevê que as escolas ofereçam
obrigatoriamente o ensino religioso para crianças. No entanto, a disciplina é
facultativa, e os alunos só participam se eles (ou seus responsáveis)
manifestarem interesse.
"Pode-se
falar da história e dos valores das religiões em aulas de história e filosofia,
sem privilegiar nenhuma delas. Mas ensino religioso é aprimoramento em
determinada fé. Claro que a CNBB quer que todo mundo tenha aula da religião
católica, mas admite que possam existir pessoas que queiram religiões
africanas, das evangélicas, do judaísmo."
(Túlio Vianna, professor da faculdade de direito da UFMG).
A escola não pode defender ou
converter a uma só causa e religião, mas infelizmente nossas escolas possuem
uma ação pedagógica que desvaloriza a diversidade religiosa e muitas vezes,não possui o conhecimento sobre
a importância da religião na vida do aluno.
Tudo que envolve em torno das
religiões de matriz africana em seus espaços “terreiros” é denominado
aprendizagem e principalmente quando existe uma escola dentro desses terreiros,
tudo é ensinado com a natureza e de forma planejada com um processo contínuo. O
desenvolvimento da educação e aprendizagem é regado de mistérios, segredos e ritos,
os seus conteúdos são transmitidos de forma oral de geração a geração, sem
perder a raiz do povo e da ancestralidade mais com fundamentação na educação do
homem branco e seus componentes curriculares.
O Brasil
é um estado “Laico” devido a sua Diversidade Religiosa.
Estado laico significa um país ou
nação com uma posição neutra no campo religioso. Também conhecido como Estado
secular, o Estado laico tem como princípio a imparcialidade em assuntos
religiosos, não apoiando ou discriminando nenhuma religião, defendendo a liberdade religiosa a todos os seus
cidadãos e não permite a interferência de correntes religiosas em matérias
sociopolíticas e culturais. STF Supremo Tribunal Federal aprova a Lei que
permite promoção de crenças no ensino religioso em escolas públicas.
A Lei foi aprovada dia 27/09/2017.
7.3.6-HISTÓRIA
DAS RELIGIÕES AFICANA NO BRASIL.
A terceira matriz religiosa
introduzida no Brasil foi a matriz africana, que trouxe nos navios negreiros,
os negros escravizados, a crença nos
orixás e também, alguns traços de influência da religião islâmica,entre outras
formas de religiosidade praticadas na África.
Segundo o
pensador brasileiro Gilberto Freyre (2001), a nossa herança cultural e
orixás, e
também numa série de elementos da linguagem, da alimentação, dos hábitos e das
crenças.
De acordo
com Kavinajé (2009), o que chamamos de religião de matriz africana, mais
propriamente dita, é o Candomblé e a
Umbanda .Os bantos, depois de um primeiro período de autonomia religiosa, que
se conhece através de documentos históricos, assistiram à transformação de seus
cultos. Por um lado, esses deram lugar à macumba; por outro, amoldaram-se às
regras dos candomblés nagôs, não se distinguindo deles senão por uma maior
tolerância. Os cultos bantos em gradativo declínio acolheram os espíritos dos
índios, o que iria levar ao surgimento de um "candomblé de cablocos",
e adotaram cantos em língua portuguesa, ao passo que os candomblés nagôs só
usam cantos em língua africana.
Importante salientar que os terreiros
de Candomblé e Umbanda além de ser o lugar
Sagrado
das religiões de matriz Africana é também palco de resistência social e
política, bem como local de afirmação e reafirmação da identidade e das crenças
dos povos trazidos como escravos para o Brasil.
1- CANDOMBLÊ: Religião africana trazida ao Brasil pelos africanos,
durante o período escravocrata. Seguem as leis da natureza, que tem como
divindades os Orixás, estes que cuidam equilibram as energias de nossa
existência.
2-
UMBANDA: Religião Brasileira criada através da mistura dos cultos africanos e do
catolicismo. Segue os princípios da fraternidade e da caridade, sob as leis da
natureza e do plano espiritual.
3- MACUMBA: Nada mais é que uma árvore africana e também um
instrumento musical utilizado em rituais afro-brasileiros.
7.4- 10
Fotografias Raras Tiradas de Escravos Brasileiros.
Esta
publicação é uma pérola, umas verdadeiras raridades crêem que todos os
brasileiros deveriam ter conhecimento disso. Quando estudamos a escravidão no
ambiente escolar não estamos habituados a ver imagens reais de escravos do Brasil. A
fotografia é um elemento que aproxima o leitor da realidade, e por conta disso,
é muito importante estabelecer este tipo de contato na hora de aprender sobre
algum tema. Uma vez que o Imperador Pedro II era um entusiasta da fotografia, o
Brasil se tornou um ambiente favorável à prática da fotografia muito cedoDurante
a segunda metade do século XIX diversos fotógrafos, alguns patrocinados pela
Coroa, fizeram valiosos registros da realidade vivida no país.
As
imagens abaixo são do acervo do Instituto Moreira Salles, algumas delas
foram feitas há mais de 150 anos. A qualidade do material, tanto no sentido
gráfico quanto em detalhes de comentários nas suas legendas, impressiona e
aproxima aqueles que querem entender o cenário escravocrata brasileiro.
Elas datam entre 1860 e
1885, período em que movimento abolicionista tomou maiores proporções. São
registros muitas vezes idealizados, de tom artístico, se assemelhando às
pinturas da época. Diferente de alguns casos de propaganda abolicionista nos
Estados Unidos, o objetivo dessas fotos não é denunciar barbaridades.
Durante a
segunda metade do século XIX diversos fotógrafos, alguns patrocinados pela
Coroa, fizeram valiosos registros da realidade vivida no país.
As
imagens abaixo são do acervo do Instituto Moreira Salles, algumas delas
foram feitas há mais de 150 anos. A qualidade do material, tanto no sentido
gráfico quanto em detalhes de comentários nas suas legendas, impressiona e
aproxima aqueles que querem entender o cenário escravocrata brasileiro.
Elas
datam entre 1860 e 1885, período em que movimento abolicionista tomou
maiores proporções. São registros muitas vezes idealizados, de tom artístico,
se assemelhando às pinturas da época. Diferente de alguns casos de propaganda
abolicionista nos Estados Unidos, o objetivo dessas fotos não é denunciar
barbaridades.
8-
METODOLOGIA
ü O desenvolvimento do projeto
estará em consonância com os blocos temáticos citados e será feito de acordo
com as necessidades da turma e a realidade local, estabelecendo o problema e a
proposta de conteúdo para a classe.
ü O tema será desenvolvido na sala de aula por
meio de atividades para a sua exploração, sistematização e para a conclusão dos
trabalhos.
ü Os alunos deverão realizar pesquisas e
entrevistas referentes ao legado deixado pelos afro-brasileiros na culinária,
religião, costumes, danças, música, literatura entre outras contribuições;
ü Será realizado um desfile com a
escolha da Estudante afro descendente da EEB Marcos Konder;
ü Apresentação dos trabalhos:
culinária, vestimenta, música, instrumentos musicais.
1°- Elaboração do Logotipo do Projeto:
CONVITE
A
EEB Marcos Konder convida todos da comunidade para participar do Projeto
“consciência Negra”, que os alunos do 1° ano (102) do ensino médio
realizarão.
Local:
EEB Marcos Konder
Data:
20 e 21 de novembro de 2017
Horário:
09h00min ás 21h00min
PROGRAMAÇÃO:
09h00min - Abertura Oficial do Projeto
“Consciência Negra”.
Apresentação dos alunos responsáveis pelo
projeto.
Recitação da poesia “Navio Negreiro”
Visitação a Exposição dos Trabalhos;
19:
h00min – Desfile e escolha da “Estudante Afrodescendente” representante da EEB Marcos Konder.
21/11/2017
– Apresentação do Projeto na EEB Honório Miranda - Gaspar
|
3°- Organização do projeto como:
1-
Pesquisa
2-
Coleta de materiais
3-
Apresentação do Projeto
na EEB Marcos Konder
4-
Apresentação do Projeto
na EEB Honório Miranda - Gaspar
10-ATIVIDADES
Recitação de poesia.
Exposição de fotos sobre os Escravos.
Apresentação de roupas típicas africanas;
Confecção de instrumentos musicais.
Escolha da Estudante afrodescendente.
Apresentação dos trabalhos na EEB Honório Miranda - Gaspar
11-
AVALIAÇÃO
A avaliação do Projeto Dia da Consciência
Negra Ensino Médio acontecerá
em qualquer momento do processo educativo, de forma contínua e diagnóstica; com
a intenção primordial de rever a própria prática docente criando novas
possibilidades para estimular os alunos a desenvolverem-se suas potencialidades
levando em conta, principalmente, os avanços individuais dentro da coletividade
e a participação no desenvolvimento de todas as atividades e será
desenvolvido o projeto no pátio da escola, com exposição dos trabalhos
artísticos e pesquisas realizadas durante as aulas estipuladas para a
realização dos trabalhos, bem como uma apresentação da poesia “Navio Negreiro”
de Castro Alves e desfile com a escolha da “Estudante Afrodescendente” da EEB
Marcos Konder.
12-
ANEXOS
13 –
RESULTADOS
No
decorrer das atividades podemos perceber interesse por parte dos alunos como:
pesquisas, a busca pelos objetos necessários para a exposição dos trabalhos,
como também as dúvidas que foram recorrentes referentes as leis,cotas,direitos
como a forte influência na música,religiosidade,culinária como algumas palavras
africanas que foram incorporadas em nosso dicionário.
Faz-se necessário complementar a
formação dos alunos e professores da rede pública de ensino.
A Lei 10.639/03 poderá tornar-se esquecida se
os professores não se inteirarem de uma releitura sobre nosso passado, as
influências culturais trazidas pelos
escravos ,adequada, técnicas e recursos pedagógicos referentes à História da
África e cultura afro brasileira. A escola precisa se comprometer com a
educação de qualidade, pois estará preparando seus alunos para a pesquisa, a
oratória e noções de cidadania para o respeito com os negros.
Ações bem planejadas são essenciais para
melhorar o trabalho docente e elevar a qualidade das aulas, motivando nossos
alunos para a leitura, conhecer nossa história entender a importância dos
“escravos”, para a formação na educação básica.
O projeto de extensão “Africanidade”
atingiu seu objetivo, com a participação e organização dos alunos.
14-REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ÁFRICAS
diversas:Culinária e Vestimenta Africanas. 2011. Disponível em:
<http://africasdiversas.blogspot.com.br/2011/11/culinaria-e-vestimenta-africanas.html>.
Acesso em: 02 nov. 2017.
ÁFRICA: cultura.
2010. Disponível em: <http://ingles-ev.blogspot.com.br/2010/05>. Acesso
em: 02 nov. 2017.
Alencastro,Luis
Felipe.O navio dos viventes.formação do
Brasilno Atlântico Sul.são Paulo:Cia das Letras.2000.
BRASIL. Constituição Federal
(1988). Brasília. 1988.
BRASIL, Secretaria Especial de
Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República.
Relatório de Gestão 2003-2006. Brasília. 2006. p. 76.
GOMES, Nilma. Educação e Relações
Raciais. In: MUNANGA, Kabengele.[Org.].
Superando o racismo na escola. 2. ed. Brasília, MEC/SECAD,
2008.
Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
(LDB)- A Lei nº 10.639/2003 acrescentou à dois artigos: 26-A e 79-B. estabelece
o ensino sobre cultura e história afro-brasileiras.
Matos.Regiane Augusto de.História e cultura afro
brasileira/Regiane Augusto de Matos.2º ed..1ºreimpressão – são Paulo:
Contexto2012.
Oliveira,Maria Inês Côrtes.Quem eram os negros da
Guiné? Origem dos Africanos na Bahia.Afro-Ásia.São
Paulo n} 19-20,1977.
Vasconcelos,José Antônio.Reflexões:filosofia e
cotidiano: filosofia do ensino médio.volume único/José antônio
vasconcelos-1ed-São Paulo:Edições SM,2016- (reflexões:filosofia e cotidiano).
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